Se quer saber um bom conselho para se dar as pessoas, acredito que esse seja um bom conselho. Não pare. Não desista. Não deixe de fazer. Não fique esperando. Não fique parado. Já diziam os grandes filósofos que a vida é uma constante. Que tudo está em constante movimento.
O que está quente, esfria. Tudo que sobe, desce. O que vem, vai. O cabelo cresce. A planta floresce. As águas passam pelos rios. O vento sopra e segue seu rumo. Seu sangue circula por todo o corpo. A água vira gelo, derrete ficando líquida e depois se evapora para iniciar um novo ciclo. Tudo se transforma. A vida é uma constante mudança que experimentamos a cada instante, fazendo deixar perceptível aquilo que não nos damos conta, que onde importa realmente é a jornada. A viagem. O aprendizado. Os ensinamentos.
Continue correndo, e se não puder correr, caminhe, mas não fique parado. Faça alguma coisa. Os seus neurônios (mesmo economizando energia nos processos) estão fazendo alguma coisa. Suas células estão se movendo. Seu coração continua a bater. Seus sentidos estão identificando os detalhes. Estamos sempre envoltos em situações de movimentos. Tudo vai acontecendo ao nosso redor e dentro de nós.
E quando isso acabar? Quando o cavalo deitar? A água acabar? O sorriso cessar? A porta fechar? E quando a luz se apagar? Quando o café esfriar? E quando o ar tiver dificuldades de passar até não poder entrar? Quando a matéria se decompor? Quando as mães partirem? E quando as células morrerem? Ou quando o coração parar de bater e a dor encerrar? O que vai ser? Como será o amanhã? Não sabemos. Ninguém sabe até chegar o momento.
Há uma dúvida quanto a essa questão de “não parar”. Será que se a gente agir como o coelho ou a formiga, e fazer muito, trabalhar bastante, correr e não parar, será que não iremos gastar o nosso “eu” com atividades e exercícios que irão acelerar o nosso processo de estar na linha de chegada? Ou devemos agir como as tartarugas e cigarras, ficando parados esperando as coisas acontecerem e agir com a intenção de retardar o nosso processo junto ao “infinito”? Também não sabemos ao certo. É tudo muito relativo. Não que seja bom ou ruim ser uma tartaruga ou uma formiga, que realizando muitas ou poucas coisas, vão encontrar os seus destinos assim como nós, independente do que fizerem, gastando ou poupando energia.
Qual é a melhor opção? Ficarmos parados esperando que o processo se demore mais, ou fazer tudo aquilo que queremos fazer, focando no presente, estando com a mente no momento presente sem se importar muito com o futuro, pois de uma forma ou de outra, ele vai chegar para todos nós? O que vale mais a pena? Vale a pena viver e ter uma vida bem vivida, ou deixar a vida nos guiar e irmos junto com as ondas? Afinal, o que estamos fazendo aqui? Quem somos nós? De onde viemos e para onde vamos? Muitas perguntas, poucas respostas, poucas certezas, ou melhor dizendo, quase nenhuma certeza.
As respostas podem mudar constantemente. As certezas, quase todas deixam de ser. A única certeza que sabemos é que iremos morrer, e então tudo terá um fim. Enquanto ela não chega, vamos aproveitando e curtindo a jornada. E se for para ficar parado, ou para fazer alguma coisa, que possamos fazer (ou deixar de fazer) aquilo que tivermos vontade. Para fazer o que a gente gosta de fazer. Para buscar um sentindo naquilo que a gente faz. Que possamos encontrar um propósito em fazer, em ajudar os outros, em querer fazer o bem.
Não sabemos o que é certo nessa vida, se ficamos parados, ou se seguimos em frente realizando todas as tarefas. Com preguiça, sem preguiça. Com vontade ou sem vontade de fazer. Com propósito ou sem propósito (até encontrarmos ele). Fazendo sentido ou não, devemos continuar seguindo. Fazendo ou não fazendo, devemos continuar a trilhar pelo caminho. Vai ser nesse caminho que encontraremos o sentido e o propósito que buscamos. Vai ser nesse caminho que possamos experimentar as mais diversas experiências nos trazendo aprendizado. Com essas experiências que iremos nos conhecer cada vez mais e melhor.
Então o “Não pare!” que discutimos, é o não pare de sonhar. É o não pare de desejar. É o não pare de tentar. É não desistir. É o não pare de continuar tentando buscar os seus ideais, de buscar os seus objetivos, de transmitir e propagar a mensagem, passar adiante. Motivar outras pessoas a fazer o mesmo. Instigar pessoas a ter fé e esperança no futuro. Criar o seu futuro. Desenhar o que você deseja para você e sua família e as pessoas que você tem ao seu redor.
“Não pare” vai continuar ecoando. O Não pare, pois o tempo não para, vai continuar acontecendo. Se não der certo, não pare, não desista, não desanime. Continue em frente. Faça valer a pena. Viver a vida que nos foi dada. Perseguir o seu ideal. Faça com vontade e se não der certo, não pare. Continue. Ou como diria Raul Seixas, tente outra vez.