Na busca de nosso propósito, em querer saber do que somos realmente preparados para fazer, ou daquilo que temos afinidade em lidar, e que seja o nosso dom mesmo, faz com que isso tudo seja bem complicado e difícil de se identificar. Muitas pessoas buscam por isso na internet. Muitas pessoas estão sempre querendo concilicar o trabalho com a sua vocação e poder alinhar as duas coisas, transformando o trabalho em uma atividade prazerosa e ainda por cima remunerada. Ou como diria meu mestre que o bom é você ser pago por aquilo que você é realmente.
Acontece que poucas pessoas sabem, ou identificam seu propósito, para fazer dessa atividade que descobriram, um meio de realização de vida. A grande maioria não encontra o seu dom. Muita gente vai estar fora de sua fase ideal. Mas se a montanha não vai até Maomé, então que Maomé vá até a montanha. Se não encontrar esse nosso dom especial ou esse propósito, então que podemos criá-lo a partir da prática e treinamento contínuo de alguma atividade pela qual você goste ou tenha se identificado com ela.
Fica difícil de saber se uma coisa ou outra se encaixa para a gente, se não experimentarmos. Muitos dizem que encontraram seus propósitos ao ver outros fazendo, ou vivenciando algo pelo qual se descobriram naquele exato momento. Algo que eles fariam pelo resto de suas vidas, sem muito sacrifício ou esforço. Por isso que o treinamento pode fazer com que aquilo que pareça difícil para alguns, na verdade, não foi treinado o suficiente. E a pessoa passa a querer fazer aquilo que o outro fez bem, as vezes sem nem se dar conta de que aquilo não é a sua verdadeira vocação.
Pode ser que seja algo que a pessoa queira realmente, então que possa se espelhar no outro para fazer igual ou melhor. Agora se aquilo não se conecta com você, e está só fazendo por conta de ter achado bonitinho fazer aquilo, então isso não irá funcionar da melhor maneira. Vai acontecer de se frustrar e acumular fracassos que te deixarão se sentindo inferior com relação aos outros. Ás vezes a pessoa está perdida pensando que aquela atividade é para ela, apenas por ter admirado outra pessoa fazendo bem aquilo, quando na verdade se trata de outra atividade.
Há um ditado que diz que se você não sabe do que você gosta, ou se você não sabe o que quer, é mais fácil saber aquilo que você não quer. Assim como o nosso propósito, ao experimentar diversas coisas, você irá saber lá no fundo se essa ou aquela atividade te traz algum tipo de sentimento que se encaixa com a sua personalidade ou com o seu perfil.
Me ocorreu um fato depois de ter passado por tantas situações constrangedoras de pessoas me solicitarem algo onde não havia firmeza, clareza ou segurança da minha parte naquilo que estava sendo solicitado. Nesses momentos, um sentimento de aperto lá dentro, um sentimento de medo e preocupação, um sentimento de não corresponder a altura, ou de não dar conta do recado, ou ainda de desapontar as pessoas, criando na nossa mente imaginações do que aquela pessoa estaria pensando de nós mesmos ao agir assim com essa insegurança.
Talvez estivéssemos completamente equivocados quanto aos pensamentos dessa pessoa, ou até mesmo corretos, mas que de uma forma ou de outra, do que vale o que a pessoa pensa a respeito de você? O que importa realmente é o que você pensa a respeito de você mesmo. Ou o quanto você está seguro e tranquilo enquanto as suas convicções. Por isso vem a importância de manter os nossos pensamentos constantemente alinhados com nosso propósito, a ponto de não desviar os pensamentos para coisas que não vão agregar, ao pensar em não dar certo, por exemplo. Ou ficar com pouca fé, sem acreditar que o que for fazer não se concretizará. Sê seguro daquilo que você deseja, que nada de fora irá afetar as suas atitudes.
Daí vem a importância de se ter um objetivo de vida. Se você quer muito uma coisa, então coloque aquilo na cabeça, seja obcecado por esse desejo e tome atitudes condizentes com o seu objetivo. Ele vai te manter no caminho, onde você não irá dar chance para outras coisas te desviarem do seu alvo.
O fato de ficarmos nos sentindo mal com uma determinada atividade que foi solicitada a nós, e que por algum motivo fizemos errado, ou deixamos de fazer algo, e que aquilo causou um certo furor ou preocupação na gente, mostra a nossa importância que a gente deu a aquilo, mas também mostra uma certa sensação de que isso não faz parte de nossa pessoa, se te causou um certo desconforto. Claro que muitas pessoas fazem e muito bem suas atividades com muito empenho e capricho, mesmo não gostando daquilo, mas que ainda sim, lá dentro algo nos diz que aquilo não faz parte de nossos objetivos.
E quando você sentir e identificar isso, é sinal de que talvez seja a hora de mudar realmente e buscar aquilo que você tem afinidade. Pode ser que aquela atividade que esteja fazendo você não tenha gostado numa primeira vez ou numa segunda ou terceira e já queira desisitir daquilo, pensando que não nasceu para aquilo. Mas é como se diz por aí que temos que experimentar um alimento 5 vezes ou mais para dizer se gostamos ou não daquele alimento. E talvez isso também se encaixe em nosso propósito de vida, quando estamos realizando atividades.
Ou descobrimos nosso propósito e aceleramos rumo ao objetivo principal, ou criamos a situação para fazer com muita vontade, determinação e treinamento, até que aquilo se torne o seu dom realmente, provando para você e para os outros que você nasceu para aquilo. Como diz o ditado que a prática leva à perfeição, então que possamos praticar muito até chegar à perfeição. Se você não achou a vaga de emprego que buscava nos classificados do jornal, então crie a vaga, como diria o professor Clóvis. Claro que não se trata de uma coisa simples de se fazer, mas que com trabalho, dedicação e empenho, a gente possa pensar em alternativas para poder dar a volta por cima. Que possamos nos mexer para criar as oportunidades que queremos.
Tudo isso parece muito fácil na teoria, mas que na prática não é bem assim. Te digo que estou vivenciando esse momento justamente agora na prática mesmo, em ter que encontrar meios e alternativas para poder resolver os meus problemas. Junto a isso, continuo a procura do meu propósito de vida, do meu dom e da minha vocação que sinto estar bem próxima ao fazer tudo que venho fazendo hoje. A exemplo desse texto que vem sendo feito todos os dias, assim como os capítulos dos livros que escrevo. Percebo que quanto mais faço, mais geram ideias. Quanto mais escrevo, mas palavras vão surgindo, e não fico a espera da inspiração para poder começar a escrever. Simplesmente entro no arquivo do livro, ou neste site, leio alguns parágrafos anteriores e saio escrevendo. É nessa prática que passo a me dar conta de tudo que fiz e venho fazendo. Quando percebo, já saiu um artigo, um capítulo e mais um pouco de material para mais conteúdos diferentes.
Estar em constante movimento. Talvez esse seja o segredo realmente por trás de se encontrar o nosso propósito. Dificilmente encontraremos nossa vocação sentados no sofá vendo televisão (a não ser que tenha acontecido o momento da descoberta em algo que viu), mas de se estar fazendo, se mexendo, criando, pensando, se empenhando, se dedicando em algo e até experimentando coisas novas, é que o propósito vai aparecer. Aquela coisa, aquele sentimento de eudaimonia mesmo, onde nos sentimos bem ao estar fazendo algo pelo qual não damos conta do passar do tempo, entrando num estado de “flow” realmente.
Com isso não notamos as coisas acontecerem ao nosso redor. Com isso esquecemos de tudo que nos cerca. Estamos focados e determinados em realizar aquela tarefa que faríamos pelo resto de nossas vidas. É mais ou menos o que ocorre quando fazemos aquilo que gostamos de fazer. Nos traz calma, tranquilidade, paz de espírito, como algo alinhado ao nosso “eu” interior. Como se o universo estivesse te dizendo algo do tipo: “… é isso mesmo que você está fazendo que é o seu propósito”.
E tudo isso mexe lá dentro da gente. Isso se manifesta lá dentro como sensações de identificação com as atividades realizadas, onde em um momento ou em outro vai sacudir você. No seu íntimo, você saberá, ou pelo menos uma pontinha de uma chama se acenderá querendo te dizer que é isso mesmo. Uma pequena dica para a grande maioria que ainda não encontrou o seu propósito assim como eu. E você saberá quando isso acontecer. Só você vai saber dizer quando isso acontecer. São as aflições da alma. O despertar interior. Mas não se preocupe, que você saberá.