Afinal o que é essa palavra tão empregada e que muita gente ouve falar por aí, mas que não praticamos com muita frequência? Empatia. Simpatia. Alegria. Energia. Sinergia. E porque não, gentileza? Não se trata de um jogo de rimas, mas de palavras que podem mudar e transformar o nosso dia a dia. Não se trata de palavras que se conectem e que se identificam umas com as outras em busca de coisas boas. Virtudes realmente que podem fazer o bem para quem estiver próximo. O lance de ajudar o outro. Fazer mais pelos outros. Gerar valor para as pessoas. Muitas coisas das quais favorece a saúde de um bom ambiente. O clima fica mais calmo e tranquilo. E tudo flui muito melhor.
A primeira vez que escutei algo relacionado a empatia, me veio a mente a palavra simpatia, por rimar com a palavra, mas também com a ligação que existe entre essas palavras, assim como outras também. Sempre achei muito legal escutar que as pessoas são simpáticas tanto comigo, como para outras pessoas. O fato de se ouvir que você é uma pessoa simpática, soa muito bem aos nossos ouvidos, assim como ouvir que outra pessoa também é simpática, nos traz uma tranquilidade em saber que vamos ter que tratar de algo com uma pessoa que é assim. Você já vai falar com essa pessoa sem muito receio, pois sabe que vai encontrar alguém que entende ou que irá entender o seu lado.
Talvez por conta disso exista essa sintonia entre as palavras. Claro que são duas palavras diferentes e que expressam significados totalmente diferentes, mas que há um relação muito boa entre elas. Gosto muito da ideia de essas palavras se interligarem. Não quer dizer que todas as pessoas que tem simpatia, também tenha empatia ou vice-versa. Não é isso. Mas quero dizer que geralmente as pessoas simpáticas tem uma atitude mais positiva perante a vida e que normalmente estão sempre num alto astral, fazendo com que essas pessoas possam estar mais propícias à pratica da empatia.
Não é nada fácil falar a respeito de empatia, quanto mais de você se imaginar no lugar de uma outra pessoa. É uma tarefa muito complexa que dispende de um esforço para imaginar o que é que o outro está sentindo. Muitas das vezes podemos até pensar que a pessoa esteja sentindo uma determinada coisa, mas que na verdade é outra completamente diferente. Depende de seu estado de espírito, o ambiente, tudo que a pessoa já passou. Como ela acordou, e mais uma série de fatores. Mas que se não podemos supor o que a pessoa está realmente sentindo, então podemos usar a máxima de se você não quer algo para você, então não faça para os outros. Pelo menos esse é um norteador do que você pode usar para se comunicar e tratar com as pessoas.
Quase sempre vamos encontrar pessoas mal humoradas, de mal com a vida, pessoas grosseiras, gente que brigou com outros e está chateada, ou ainda encontrar pessoas que estão tristes devido a algum acontecimento recente que abalou as estruturas de sua base emocional. Para essas pessoas não vai ser fácil encarar o dia sem fazer alguma besteira com as outras pessoas, como dizer algo que não agrade aos outros, ou agir de uma maneira rude, e até te ofender por conta de alguma outra coisa que deixou a pessoa infeliz. Acredito que muitas pessoas passam por isso e a gente também passa por isso, afinal somos todos humanos. Tudo isso acontece com todos nós a toda hora e a todo momento. Dificilmente passaremos por um dia ou uma semana ou mês que não vamos ter que encarar as mazelas da vida. Faz parte do processo. É até o aprendizado de nossa vivência aqui na Terra. Então o que fazer?
As vezes penso no exemplo de que presencio constantemente, como o fato de alternar com minha esposa os momentos em que ficamos irritados com as brincadeiras das crianças. Geralmente em certos momentos que estou irritado com as crianças por estarem fazendo bagunça, minha esposa está mais calma e segura a onda pelo tempo que estou nesse estado. Em outros momentos é ela quem perde a paciência com as crianças, mas que na maioria das vezes, eu estou mais calmo e passo a tranquilizar o ambiente evitando o caos total. Já imaginou se nós dois ficarmos sem paciência com as crianças? Seria uma guerra em casa.
E assim é com as outras coisas também. Vai existir momentos em que você não vai estar bem mesmo, e em outros momentos você estará de bom humor, e assim vai. Vida que segue. Está tudo em mudança. Está tudo em constante movimentação. Nada fica parado na natureza. Tudo está se modificando. O que estava quente, esfriou. O que era pequeno, ficou grande. A árvore cresceu. A flor desabrochou. O bichinho se desenvolveu. A plantinha morreu. E nós aprendemos. A Terra deu mais uma volta em torno dela mesma e continua assim. Sem ficar nada parado. Tudo está aí se modificando a cada momento, então, devemos seguir as mudanças, ou como diria o professor Karnal, “mude ou desapareça”.
É difícil saber quando as coisas acontecem de forma a termos uma empatia para com as outras pessoas, que nem podemos cobrar muito isso dos outros, mas que devemos sempre tentar fazer tudo aquilo que estiver em nosso alcance para poder interpretar o que as outras pessoas estão sentindo. Num exemplo recente, me vi preocupado com os compromissos de outras pessoas tinham depois do trabalho, quando um superior chamou todos seus funcionários a poucos minutos de encerrar o expediente de trabalho. Não sabemos dizer se o superior tinha a noção de que as pessoas tinham seus compromissos e acabou se esquecendo e nem se dando conta, em virtude de seu foco máximo no trabalho. Ou se aquilo foi uma situação pensada para fazer com que as pessoas se enquadrem no processo do trabalho com toda a dedicação que aquele superior está tendo. Podemos ter essas duas visões, mas pode ser que existam mais e que nenhuma das situações se enquadre nesses dois modelos mencionados.
Resumindo, não se trata de uma tarefa fácil realmente, mas se pudermos ter pelo menos o bom senso de poder identificar os pontos dos quais as outras pessoas podem vir a sentir, já é um bom começo, ou melhor dizendo, se pudermos nos colocar no lugar de cada um, que tem suas necessidades, podemos ir melhorando nisso com a prática. Nem sempre vamos acertar, mas logo chegamos num nível mais aproximado de assertividade.
E se ainda assim não tivermos muito sucesso nessa tarefa, sempre há a possibilidade de se pensar se aquilo que irei fazer, vai afetar outras pessoas negativamente, ou seja, de se pensar se aquilo que estou fazendo, eu gostaria que fosse feito para mim. Se a resposta for negativa, então não faça para os outros, o que você não deseja para si próprio. Acredito que seria um ótimo parâmetro para poder ter algum norte no que diz respeito a empatia.
Se quer realmente aprender a ter mais empatia, então acredito que o melhor seria começar a observar nossos pensamentos e atitudes de tudo aquilo que pode vir a refletir nas outras pessoas. Como diz o ditado de que se quer mudar o mundo, então comece por você mesmo, ou se quiser aprender a entender melhor os outros, comece aprendendo a se conhecer melhor, para então poder ter mais sensibilidade para se colocar no lugar do outro. Olhe para dentro de si mesmo. E é isso que venho buscando e procurando fazer com mais frequência. De olhar para dentro e ver o meu interior, pois afinal, é a partir dele que todo o jogo muda.