Muitas coisas da nossa vida, devemos virar a pagina, ou deixar pra lá. Alguns dizem que devemos seguir em frente e deixar tudo aquilo que nos faz, ou que fez mal, para trás. Exatamente como virar a página. Escrever um novo capítulo. Escrever uma nova história. Virar a página e seguir para o próximo capítulo que pode ser que venham coisas melhores, ou que venham coisas piores ainda. Fazendo uma referência com um livro onde a nossa vida seja realmente este livro, e que cada dia seja uma página da nossa história.

Sempre que penso a respeito disso, lembro do clipe da música “Turn the page” do cantor Bob Seger, e que a banda Metallica fez uma cover tão boa quanto a versão original, onde traz a história de uma mãe que para poder sustentar sua filha, tem que se prostituir, morando num quarto de hotel, sendo humilhada e até violentada, onde sua própria filha presencia todas as vezes que isso acontece, e ainda assim, continua fazendo aquilo para poder sobreviver e dar o mínimo essencial para sua filha.

Imagine o trauma causado a uma criança que presencia a violência ou qualquer outro tipo de coisa, contra seus próprios pais? Não deve ser nada fácil. Mas que por um lado, a maioria das pessoas que passaram por essas e outras, conseguiram se sobressair, dando a volta por cima e se saindo muito bem na vida. Quantas histórias contadas, das quais, a gente tira um novo aprendizado valioso.

Uma triste realidade da qual se vê muito por aí. Algumas iguais, outras diferentes e semelhantes, mas muitas histórias reais de pessoas que tem o intuito e o propósito genuíno de levar um pouco de uma vida melhor para seus filhos. E isso deve ser muito comum por aí, assim como muitas outras histórias parecidas. Pais que tem que se virar para poder dar um pouco de dignidade para que os filhos não passem pelos mesmos tipos de dificuldades que os pais passaram.

Quem nunca viu ou ouviu histórias de mães solteiras e humildes que tem que fazer muitos trabalhos pesados para poder sustentar a família. De pais também solteiros que tem que fazer o papel de mãe e de pai para poder ter seus filhos por perto, quando foram abandonados pelas mães, ou que essas tiveram outro fim. As crianças órfãs de pais que vivem nas ruas, ou que são criadas por pessoas ruins. Ou ainda as crianças que não tem nem a possibilidade de viver com uma família e vivem em orfanatos a espera de que alguém os conforte.

Se para nós que temos tudo, já sentimos totalmente carentes, imagina para essas crianças. Somos todos privilegiados, se comparados com essas crianças. Sem falar em todas as outras crianças que vivem em guerras ou conflitos. As crianças que passam frio, fome e sede. As crianças abandonadas e tantas outras barbáries que existem por aí.

O lance de virar a pagina parece trazer à tona uma sensação de esperança de que a próxima página será melhor. Que o dia seguinte virá com menos dor e sofrimento para aqueles que lutam e acreditam que com o despertar de um novo dia, uma nova esperança nascerá junto a ele. Isso talvez nos conforte por um período de tempo, até que venha a acontecer qualquer outra coisa. Difícil saber o que virá. Difícil saber se o que está por vir vai ser bom ou ruim.

Alguns acreditam que com um novo dia, virá também coisas novas e boas. Outros não acreditam tanto nisso e acabam sucumbindo novamente aos temores de seus sofrimentos, e assim, infelizmente ou felizmente, caminha a humanidade. Talvez seja tudo mesmo uma questão de se definir qual postura você irá tomar. Se vai ficar parado se lamentando da vida, reclamando ou se queixando do tempo, das filas, do trânsito, do barulho, do governo e de uma série de outros fatores, ou se você vai se levantar, trabalhar, e se mexer para buscar algo melhor para sua vida.

Acredito que isso seja realmente onde devemos focar. Encarar tudo com responsabilidade, respeito e com a coragem para poder ultrapassar as barreiras de todos os nossos limites, que muitos foram impostos por nós mesmos e nem nos damos conta disso. Uma atitude positiva perante tudo aquilo que iremos enfrentar, muda a mente. Muda a cabeça. Passa a deixar aquele desafio mais ameno.

Talvez uma boa parte do problema, já seja resolvido quando pensamos que podemos sim rompê-los. Pense nisso. Você é o autor da sua própria história, e cabe a você se encarregar de fazer o seu melhor para isso. Acredite que na próxima página, virá uma boa história. Acredite que junto ao nascer de um novo dia, ou na folha limpa e branquinha em que está para ser escrita, vai ser escrita com o capricho da sua letra, pensando que não há rascunho, e que você deve sim caprichar para dar o seu melhor. Faça do seu livro um exemplar maravilhoso com a maioria das folhas muito bem escritas e que vão se tornar num livo clássico que vale a pena ser lido. E que o bibliotecário velinho irá colocar no lugar de destaque da estante dos livros mais lidos. Capriche.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *