Você já notou pela manhã, quando está dentro de seu carro indo para o trabalho, e vê outras pessoas dirigindo para o trabalho também? Alguns com carrões possantes e imponentes, onde geralmente estão com terno e gravata, ou barba feita e cabelos com gel e óculos escuros ouvindo as notícias pelo rádio. Outros nem tão arrumados, mas ainda sim com um ar de superioridade perante os outros, despejando autoconfiança a ponto de se tornar arrogantes.

É uma cena muito comum de se ver por aí. Eu mesmo vejo muito isso pela manhã ao ir trabalhar. Alguns até se imaginam como sendo “a última bolacha do pacote” e acabam fazendo ultrapassagens ou passando pelo acostamento a fim de levar vantagem sob os outros e chegar logo no trabalho. Claro que isso não é uma regra. Existem sim as exceções. Mas na maioria dos casos, eu vejo muito disso. Alguns chamados de “marketeiros”, onde somente a sua imagem é o que interessa. Talvez por isso a razão de estar usando um terno de “Ricardo Almeida”, ou uma camisa “Lacoste” de muitos reais, ou ainda um óculos de sol dessas marcas famosas, juntamente com um banho de perfume importado, e pomada nos cabelos para fazer um efeito brilhante de cabelos da moda, deixando o rastro por onde passa. Causando a impressão de superpoderosos perante os demais mortais.

Não estou aqui condenando ou dizendo que isso é errado. Acredito que cada pessoa faz aquilo que deseja fazer. Que cada um deve fazer aquilo que o faz se sentir bem. E se essas pessoas se sentem bem assim, então está tudo bem. Só gostaria de mencionar aqui a minha humilde opinião e fazer uma relação desse tipo de marketing pessoal do qual eu não faço parte. Talvez por não fazer parte disso, eu até tenha lá no fundo uma vontade de ser assim, quem sabe? Não sei, mas ao que tudo indica, acredito que não seria muito do meu estilo fazer isso. Lembrando que não tenho nada contra isso. Cada um faz o que deseja fazer, como já havia falado, e está tudo bem com isso.

Mas levando em consideração uma mensagem que ouvi a alguns dias, a respeito do marketing pessoal de uma pessoa muito importante, que deixou sua marca sem precisar desse tipo de comportamento, e do qual eu acredito trazer muito mais resultados, foi o exemplo de Jesus Cristo.

Ouvi a passagem de um livro de uma pessoa que já sigo há algum tempo, e que fala a respeito do marketing de Jesus que fez coisas maravilhosas que são lembradas até hoje, que ficaram como seu legado e que Ele sempre deu importância para a mensagem, muito mais do que para o mensageiro. Ele fazia questão de dizer para as outras pessoas, para não espalhar e nem fazer “marketing” de seus feitos por aí. Ele dizia para não contarem a ninguém, todos os seus milagres realizados. Mesmo feito tudo isso, Ele é lembrado por toda sua história, muito mais do que sua imagem.

O autor do livro tem razão ao falar do marketing de Jesus sendo realizado dessa maneira. Ele não precisou de carrões, de perfumes, de status, ou de qualquer outro tipo de ferramenta para se sobressair. Muito mais importante do que isso, foi a mensagem que Ele quis passar. Ele queria que a mensagem fosse mais importante que o mensageiro. Isso não quer dizer que Ele não tenha sido importante, muito pelo contrário, pois Ele foi sim muito importante, afinal foi Ele que nos transmitiu esses ensinamentos. E isso que Ele fez com que seu legado fosse propagado e não somente a sua imagem, que até hoje é um mistério para nós que não sabemos ao menos como ele era realmente na parte física.

Esse exemplo me causou grande reflexão a respeito disso que venho comentando das pessoas arrogantes em seus carros indo para o trabalho. Muito por eu mesmo também estar passando por um processo de buscar emprego na minha área, mas que no fundo eu não tenho total certeza (aliás, que tenho sim certeza), de estar nesse meio corporativo, onde as pessoas geralmente querem se impor mais do que os outros. Desejam ser mais importantes do que outros. Almejam cargos e salários maiores do que outros, apenas para manterem seus status, ou pior ainda, de alguns até fingirem que estão num status do qual nem fazem parte. Tudo isso para mim sempre soou muito estranho e me traz um certo desconforto em ter que lidar com esse tipo de pessoas.

É uma coisa estranha que acontece comigo, que eu tenho muito mais uma ligação com o cara que passa do lado com um carro todo sujo, cheio de ferramentas e suportes carregados, com seus uniformes de trabalho, tendo que executar serviços manuais, como sendo pessoas simples procurando se manter e levar o pão de cada dia para sua família, do que aqueles dos quais comentei no início desse artigo.

Claro que também existem pessoas com essas características que também são arrogantes e que são pessoas más que desejam passar a perna nas outras pessoas ao querer levar vantagem em tudo, assim como o inverso também é verdadeiro para ambos os lados. Há pessoas de todos os tipos em todas as áreas. Não quer dizer que os donos dos carrões são arrogantes e os donos dos carros destruídos são os humildes e bonzinhos da história. Não se trata disso. Mas que em alguns casos, isso acontece desse modo mesmo.

Certamente o fato de se vestir bem e se comportar como pessoas da mais alta classe é importante para poder nos transformar em pessoas que desejam crescer. Em certo ponto, confesso que não soa bem levantar a bandeira em determinada classe, discriminando outra pelo simples fato de não estar de acordo com seus pontos de vista. Isso gera uma sensação negativa com relação a aqueles que menciono serem os “caras maus” por estarem na posição de pessoas bem vestidas, e demonstra uma falta de entendimento do outro lado. Muitas pessoas do bem estão em ambos os lados, as vezes até mais do lado que você imagina ser o lado ruim.

Não há lado mau ou bom, mas que em ambos encontramos pessoas de bem independente da forma como se vestem, pois não estamos enxergando por dentro, e estamos julgando por uma primeira impressão. Podemos estar totalmente equivocados.

As pessoas são diferentes. Todas tem suas características e agem conforme suas crenças e do seu ambiente. Alguns sofreram determinadas situações que os fizeram ser da maneira que são. Outros acabaram adquirindo a personalidade herdada de seus pais e da família. Ainda há outros que não nasceram com algumas características, mas que foram assumindo-as de acordo com o tempo e com o ambiente que estavam integrados. Há diversas coisas que influenciam nessa maneira de ser e agir. E por conta de tudo isso que não devemos julgar ou discriminar alguém por tudo que viveram. Acredito que aqui entra o sentido de gerar valor para as pessoas e ajudá-las a evoluir com suas qualidades e defeitos. Cada ser humano é um mundo especial e particular que tem sim seu lado bom e ruim, mas que podem aprender a lidar com ambos.

Pode até ser que possamos aprender a lidar e a reverter toda essa arrogância e transformá-la em humildade, sendo mais corretos, honestos e com o espírito de querer fazer algo pelas pessoas. Assim como Jesus nos ensinou, o intuito é de exaltar a mensagem e os outros seres humanos, pois assim estaremos sendo mais humildes, e não ficar exaltando a nós mesmos. Fazer com que o outro cresça. Tomar atitudes para que as outras pessoas evoluam com a sua ajuda.

Penso ser de uma enorme grandeza de nossa parte fazer com que o outro ser humano cresça por sua causa. Você saber e se orgulhar de ver pessoas que evoluíram e prosperaram por sua causa. Saber que você foi o responsável em colocar o outro num patamar maior do que se encontrava. Isso sim é a genuína ação de gerar valor para os outros. Exaltar suas qualidades. Fazer para o outro. E com esse exercício, poder fazer com que a arrogância diminua nas outras pessoas. Com terno ou em roupas mais simples, não vai ser a roupa que irá te definir, mas sim o seu caráter como pessoa.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *