Você já notou que existem algumas coisas que fazemos, ou que temos a sensação de que determinada coisa vai gerar um resultado que imaginamos e não faz? Me deixe ser mais claro. Para poder entender melhor, um exemplo pode ajudar muito.

Ao lavar um copo d’água com esponja e detergente, depois de fazer muita espuma, você enxagua o copo até tirar o sabão para poder utilizá-lo, não é? E logo depois você utiliza esse mesmo copo para beber água e nota que ao encher o copo ele aparece com algumas bolhas que as vezes pode ser do sabão que não foi retirado direito, mas também pode ser a bolha gerada no copo ao colocar a água de um filtro com uma certa pressão mais forte, por exemplo. Claro que em muitos casos a gente sabe diferenciar quando a bolha é de sabão (que fica levemente com as cores do arco-íris), ou quando a bolha é formada pela queda da água no copo.

Sabemos (ou pelo menos, temos a impressão) quando tiramos todo o sabão do copo, mas essas bolhas trazem a sensação de que iremos tomar água com sabão ao ver aquelas bolhas no copo d’água. Alguns tem essa sensibilidade. Outros, nem notam, ou pouco se importam com isso. Mas o que quero dizer é que, muitas coisas das nossas vidas, parece que agimos assim mesmo. Coisas de que falei que fazemos, mas que geram outras sensações. O que acredito se tratar, na maioria dos casos, de uma crença, ou mania, ou ainda algum distúrbio mesmo que a pessoa tenha.

Aquelas pessoas com mania de limpeza. Outras que tem a sensação de serem perseguidas ou que estão sendo observadas. Algumas pessoas que seguem um ritual para que seu dia siga conforme sempre foi. E outras tantas com algum tipo de incomodo gerado pelo seu cérebro devido as suas convicções.

Lembro que na minha infância, quando ganhava um tênis novo, sempre cuidava muito bem dele para poder usar o quanto antes numa festa, ou num passeio qualquer para poder “estrear” o item novo. Depois de algum uso, ele ficava todo sujo e tinha que lavar o tênis para manter limpinho. Eu ia no tanque de lavar roupas da minha vó, pegava uma escovinha com o sabão de pedra, e esfregava no tênis para limpá-lo. E logo em seguida, enxaguava o tênis e repetia a operação de passar novamente o sabão. O tênis já estava limpo. Não havia necessidade de lavar novamente. Deve ter sido uma ideia que tirei dos rótulos de xampu que diz que depois de lavar o cabelo, repita a operação. Só sentia que o tênis estava limpo, depois da segunda lavada. E isso acontecia umas duas ou três vezes depois de ganhar o tênis, pois após algum um tempo, já nem limpava mais, caso não sujasse na lama ou coisa parecida. Mania, talvez.

Outra coisa que fazia, era pensar de maneira positiva para que alguma coisa desse certo. Na verdade, quando eu pensava positivo para que determinada coisa desse certo, quase sempre acontecia o resultado contrário. Sendo assim, então passei a ter o pensamento positivo para aquilo dar errado mesmo, e quase sempre dava certo. Lembro que as vezes eu gostava de jogar algum jogo no vídeo game, por exemplo. Então ia até a locadora desejando aquele jogo, mas já ia com o pensamento de que estaria alugado e não o encontraria. Quando chegava na locadora, lá estava o jogo para alugar. Com isso, desenhei em minha cabeça de que se eu pensar positivo, visualizando o resultado contrário do que desejava, geralmente acontecia. Pronto! Criei uma crença idiota de que me fazia acreditar que o pensamento positivo funcionava apenas por pensar positivo e sem fazer nada para aquilo acontecer.

Só depois de muito tempo que fui entender que o tal do pensamento positivo simplesmente, não tinha efeito nenhum sem alguma ação. Claro que o pensamento positivo é parte do caminho para que as coisas aconteçam, mas somente o pensamento positivo sem nenhum tipo de esforço, não trará resultado nenhum. É quase como um efeito placebo realmente, onde somos levados por nossa cabeça a acreditar em determinada coisa que não tem nenhum efeito concreto.

Está tudo em nossa cabeça. Nossa mente vai trabalhar da maneira que a gente solicitar com consciência, pois do contrário, ela fará automaticamente de acordo com suas crenças, convicções e hábitos padronizados que trazemos conosco. O desafio está em aprender a domar a mente para que faça de acordo com o que a gente quer. Tomar o comando de nossa mente para fazer aquilo que queremos conscientemente. Não se trata de uma tarefa muito fácil, mas que devemos encontrar maneiras de poder realizar esse treinamento para que nosso cérebro trabalhe a nosso favor e não o contrário. E acredito que cada um irá encontrar um meio para fazer isso, se realmente quiser isso.

Se deixar a nossa mente levar e vagar sem nenhum tipo de treinamento afim de domar esse “cavalo indomável”, vamos seguindo conforme nosso modo automático funciona. Principalmente se temos uma rotina toda certinha que vai fazendo e se seguindo tudo como é feito todos os dias, sem nenhuma mudança. É até ruim para o nosso cérebro esse tipo de comportamento, que vai favorecendo o aparecimento de doenças cerebrais. E isso é muito sério.

Dessa maneira, acredito que temos que aprender a identificar e lidar com esses pensamentos que temos, com a imaginação de que ele irá gerar algo que não vai, e começar a agir com convicção, como no exemplo da locadora que mencionei, que se não estiver o jogo para alugar realmente, então devo me perguntar onde buscar isso e eu mesmo me mexer. Talvez ir em outra locadora, ou buscar o jogo com alguém que o tenha. Coisas desse tipo. A gente mesmo fazer o nosso destino. Nós mesmos tomarmos as rédeas de nossas vidas. Claro que com tudo aquilo que está dentro do nosso controle, pois há coisas que não podemos controlar como o tempo.

Fazer de nossas vidas um lugar legal do qual fazemos e utilizamos todos os meios para usufruir de uma maneira sem prejudicar aos outros. Fazer da nossa vida algo espetacular e grandioso e não ficar ensaiando para aguardar um melhor momento. Deixar de lado essas coisas pequenas que roubam a nossa vontade de seguir adiante, ou mesmo de sugar a nossa energia, sendo que poderíamos estar mais felizes e contentes com tudo aquilo que a gente tem ou faz. Tenho que ler esse artigo todos os dias para me lembrar disso. Acredito que fará muito bem a mim e a você também.

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